Retratos de Assentamentos Retratos de Assentamentos é uma revista científica eletrônica semestral, publicada pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Uniara).
A revista é pioneira na discussão de temas como assentamentos rurais e reforma agrária, quando os mesmos eram vistos como temas obscuros pela maioria da comunidade acadêmica e pela sociedade em geral. A revista não tardou em colocar em discussão os aspectos multidimensionais da luta pela terra, destacando o importante papel que os assentamentos têm socialmente, como a redução da fome e da miséria, a conquista da cidadania e o aprofundamento da democracia, o abastecimento local de alimentos e a sustentabilidade agrícola.
Esse processo teve início no Programa de Pós-Graduação em Sociologia, da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista) – campus de Araraquara. Entre os anos de 1988 e 1989 foi fundado, nessa faculdade, o Núcleo de Pesquisa e Documentação Rural (Nupedor), que começou a editar a revista Retratos de Assentamentos. O primeiro número da revista data de 1994, no entanto, antes disso, vários projetos de pesquisa já estavam em curso e, somando-se ao primeiro número da revista, foi publicado também pelo núcleo o primeiro Censo dos Assentamentos Rurais Paulistas, em 1995.
No ano de 2004 o grupo passou a ter sua sede do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, da Uniara, classificado na área multidisciplinar da CAPES. Com isso, a revista passou a ser editada por esta instituição, no começo com periodicidade bi-anual (no período de 2004 a 2008). Em 2008, tornou-se anual e, a partir de 2011, passou a ser editada em fluxo contínuo.
Adotamos as melhores práticas editoriais de periódicos científicos brasileiros e internacionais. Adicionalmente, os trabalhos submetidos via sistema são avaliados por meio da prática Double Blind Review Process, garantindo assim o sigilo de autores e avaliadores que colaboram com a revista.
A Revista Retratos de Assentamentos utiliza a plataforma Open Journal Systems (OJS) do Public Knowledge Project (PKP), sistema editorial que é utilizado no Brasil com o nome de Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), sendo este customizado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
Atualmente, este periódico está indexado nas seguintes bases de dados e buscadores: CAB Abstracts and Global Health (Aprovado); Base - Bielefeld Academic Search Engine (Approved); Ebsco Host (Aprovado) Latindex (Aprovado); Redib (Aprovado) OpenAire; PKP INDEX; ErihPlus (em avaliação); Gale Cengage Learning; (Aprovado) Livre; Dialnet (em avaliação); Portal Periódicos CAPES/MEC (Aproved)e Directory of Open Access Journals (DOAJ em avaliação). Esses indexadores internacionais têm como objetivo promover a divulgação e visibilidade dos artigos publicados pela revista.
- O ensino médio e o fechamento de escolas no campo: Entre a negação de direitos e a precarização da educação campesina.por Inaiara Alves Rolim el agosto 1, 2022 a las 3:00 am
Este estudo faz parte de uma pesquisa em andamento, desenvolvida no Mestrado Profissional em Educação da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, e trata das expectativas de formação dos jovens de uma escola localizada numa comunidade rural do município de Serra do Ramalho/Bahia e que frequentam o Ensino Médio com Intermediação Tecnológica. Este recorte tem como objetivo problematizar o caso do fechamento da turma de Ensino Médio na comunidade e como o fechamento das escolas do campo tem contribuído para o processo de precarização da educação campesina. A pesquisa é participante e de abordagem qualitativa, com método dialético, pois objetiva compreender um fenômeno a partir do universo dos sujeitos e da conjuntura socioeconômica, política e cultural onde estão inseridos. Os participantes são os alunos da escola, a diretora, os professores e um morador da comunidade. A pesquisa tem evidenciado que embora os movimentos sociais tenham conquistado vitórias no contexto da Educação do Campo, ainda há uma longa trajetória de reivindicações para que as leis e decretos para o campo sejam efetivados, garantindo os direitos educacionais do povo campesino.
- O Presente e o futuro dos assentamentos rurais: dilemas e ressignificaçõespor Vera Lucia Silveira Botta Ferrante el junio 24, 2022 a las 3:00 am
O artigo propõe-se a realizar um balanço da trajetória dos assentamentos rurais em São Paulo, levando-se em conta que se trata da expressão da diversidade social que permeia as distintas dinâmicas territoriais, reveladoras da relação tensa entre a utopia e a política pública, entre o projetado e o vivido. Tais experiências são compreendidas, neste artigo, ligadas às lutas pela conquista e pela manutenção da terra por parte de distintos grupos sociais marginalizados; bem como aos projetos que envolvem e dão sentido aos seus dilemas e ressignificações. Neste contexto, tem sido analisado os caminhos trilhados pelas experiências de assentamentos, nas quais são levados em conta os modos de vida, as tramas de tensões sociais derivadas do confronto dos agentes e das agências que se (dis)põem neste campo específico. Metodologicamente foram priorizadas estratégias qualitativas e consulta a bancos de dados de órgãos oficiais e representativos de movimentos sociais. O exercício de ressignificar a Reforma Agrária põe em questão, a perspectiva do incremento das liberdades instrumentais e, outro uma altíssima concentração fundiária amparada por políticas governamentais, as quais, estimulam o desenvolvimento de uma agricultura de base ecológica.
- Rompendo a "terceira cerca": a judicialização da questão ambiental em um Assentamento paulista da modalidade PDSpor Diogo Marques Tafuri el junio 24, 2022 a las 3:00 am
Neste artigo problematizamos a situação de criminalização de que é vitima a população camponesa envolvida na luta pela reforma agrária no Brasil. Por meio de revisão bibliográfica específica à questão agrária brasileira e da análise fenomenológica dos registros de campo coletados no processo investigativo junto aos/as agricultores/as assentados/as no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Santa Helena, localizado no município de São Carlos/SP, defendemos que as experiências de vida individuais e coletivas engendradas pelas ações dos movimentos de luta pela terra são marcadas pelos conflitos de classes e raciais expressos nas reações de violência e criminalização sofridas por trabalhadores/as sem-terra.
- Memória de Jovens Rurais Universitários e Universitárias sobre Experiencia de Vida e Trabalhopor Alano José Soares Sandes el junio 24, 2022 a las 3:00 am
Este trabalho tem por objetivo analisar quais as memórias coletivas presentes nos depoimentos de homens e mulheres provenientes do campo a respeito das suas experiências de vida no mundo rural e de suas relações com o trabalho, com a educação e o ingresso na universidade. A coleta dos dados e sua posterior análise ocorreu com 09 (nove) estudantes (5 homens e 4 mulheres) de graduação de origem rural e vinculados (as) a uma Instituição de Ensino Superior pública de Vitória da Conquista-BA.O desenvolvimento do estudo buscou a teoria e a empiria, formando a espinha dorsal do trabalho, utilizando-se do conceito de memória coletiva proposto por Halbwachs (2006) e as concepções de memória social fundamentadas em Aróstegui (2004), Jelin (2012) e Fentress & Wickham (1992). O conceito de experiência foi abordado a partir da noção de experiência em Thompson (2011). As memórias dos e das jovens rurais entrevistados (as) possibilitaram a construção de eixos temáticos a respeito da vida no campo, do trabalho e das experiências na Universidade. A partir dos resultados, com ciência da realidade e das demandas dos e das jovens camponeses/as entrevistados (as), políticas públicas para este grupo social podem ser empreendidas dentro e fora da universidade. Novas agendas de pesquisa podem ser úteis para generalizar os achados desse estudo.
- O proprietário ‘bom’ e o proprietário ‘ruim’por Thelma Maria Grisi Velôso el junio 24, 2022 a las 3:00 am
O artigo parte das transformações ocorridas nas relações de trabalho rural, no litoral nordestino, para esclarecer o significado das narrativas de camponeses assentados que nos confiaram memórias que evocam momentos importantes de suas trajetórias. Assim, analisamos as enfáticas e contraditórias memorizações sobre a “bondade” de um patrão, dualisticamente comparada com a “maldade” de outro, e através dessas manifestações, pudemos encontrar os reflexos dessas transformações. Ou seja, memórias individuais como vivência e interpretação de um processo histórico complexo que afetou suas vidas, devido ao domínio do senhor de terras que ora apresenta sua “maldade” ora se distancia com estratégias paternalistas. As memórias colhidas nos levam também a tangenciar diferenças entre as memórias masculina e feminina e a rejeição da “racionalidade” da administração burocratizada.